segunda-feira, 24 de março de 2014

HABILIDADES NÃO-COGNITIVAS

O que são competências não-cognitivas?

Especialistas dizem quais aspectos da personalidade são decisivos para o sucesso escolar e individual do seu filho

21/03/2014 18:5
Texto Iana Chan
Educar
Foto: Aline Cassassa
Foto:
Autonomia, estabilidade emocional, sociabilidade, capacidade de superar fracassos, curiosidade e perseverança são algumas habilidades não-cognitivas

Qual é a fórmula para que alunos tenham sucesso em suas vidas? Durante muito tempo, inteligência, capacidade de resolver problemas e raciocínio lógico foram as respostas para essa pergunta. Até por isso, todas as avaliações educacionais atuais visam medir essas competências, conhecidas como cognitivas, por estarem ligadas ao conhecimento. Exemplo máximo é o PISA, organizado pela OCDE e que compara o desempenho de estudantes de 65 economias mundiais em Leitura, Matemática e Ciências.
Mas um novo elemento foi recentemente adicionado à equação do sucesso individual dos alunos. Diversas pesquisas mostraram que não basta dominar Português e Matemática, por exemplo, se o indivíduo não souber se relacionar com os outros, não for determinado e não conseguir controlar suas emoções, entre outras características da personalidade. São as competências não-cognitivas ou socioemocionais, como chamam os educadores: autonomia, estabilidade emocional, sociabilidade, capacidade de superar fracassos, curiosidade, perseverança…
“Não há uma lista fechada de quais são essas competências, mas os pesquisadores descobriram que para as pessoas serem felizes e terem uma carreira bem-sucedida, esse tipo de habilidade importa tanto quanto o saber fazer coisas”, explicou Daniel Santos, economista e consultor do Instituto Ayrton Senna (IAS), que organizou em parceria com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) o primeiro teste em escala para a avaliação dessas habilidades não-cognitivas.
“Queremos que essa primeira avaliação nos ajude a compreender como cada um desses fatores impacta a aprendizagem dos estudantes”, afirma Mozart Ramos Neves, diretor de inovação do Instituto. Os resultados da avaliação, aplicada em 55 mil alunos da rede estadual do Rio de Janeiro, serão divulgados em março de 2014. A OCDE, que também coordena o PISA, tem interesse em fazer um estudo longitudinal das competências não-cognitivas em diferentes países, isto é, o intuito é acompanhar grupos de alunos ao longo do tempo para entender como a escola pode favorecer o desenvolvimento das habilidades não-cognitivas e como isso altera a aprendizagem.
Habilidades que ajudam na aprendizagem
O que as pesquisas estão descobrindo agora, pais e professores já sabiam há tempos. Sem esforço, organização, dedicação e boa sociabilidade, mesmo um aluno inteligentíssimo terá dificuldades em ter uma vida estudantil e profissional bem sucedida. Por outro lado, um aluno com alguma dificuldade de aprendizagem pode compensar com perseverança, disciplina e maturidade emocional para dar a volta por cima. “Esses traços do caráter e da personalidade dos alunos fazem toda a diferença para que não só aprendam mais, mas também para que não desistam dos estudos e de seus sonhos”, explica Santos.
E a melhor parte é que essas características não são talentos natos, mas podem ser aprendidas em qualquer momento da vida. “As pessoas têm predisposições, há crianças que são mais expansivas e outras mais retraídas, por exemplo. No entanto, é a interação com as pessoas de sua convivência que vai estimular ou não sua sociabilidade”, explica a professora de Psicologia Clínica e do Desenvolvimento da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) Alessandra Turini Bolsoni Silva.
Apesar de a vivência escolar mostrar a importância dessas habilidades no dia a dia, os especialistas avaliam que é necessário haver um programa intencional e estruturado em forma de política pública para que haja resultados positivos em todas as escolas.
A princípio, a ideia de colocar mais temas a serem trabalhados em sala pelos professores parece desfocar a busca por uma educação de qualidade. Até porque neste quesito ainda estamos bem atrasados. Só lembrar que, no PISA 2012, ficamos em 58º lugar dentre os 65 participantes. Porém, as pesquisas deixaram claro que o desenvolvimento das habilidades não-cognitivas colaboram diretamente para uma boa aprendizagem dos alunos. “Integrar as não-cognitivas talvez seja um caminho para alavancar o sucesso escolar dessas crianças”, diz Mozart Neves.
Depois de um extenso estudo bibliográfico, o Instituto Ayrton Senna em parceria com a OCDE, agrupou seis habilidades não-cognitivas mais importantes para serem avaliadas. Confira quais são:

quinta-feira, 20 de março de 2014

21 de março Dia Internacional da Síndrome de Down



Dia 21 de março, é comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down. Rogério Brandão Santos conhecido como "Ró" e Izabela de Matos Tourinho, filhos de Santo Antonio de Jesus, são os garotos propaganda da cidade, principais representantes da campanha em comemoração a este dia tão significativo. Sra Zenília Brandão Santos, mãe de Ró, fez uma belíssima homenagem parabenizando todos os portadores de Down.

Sou mãe de um Down que me fez ver a vida de outra forma, mostrou-me o quanto o amor supera tudo. De um amor tão envolvente, cálido, com o qual envolve o próximo. Que ama e não se atém aos defeitos dos outros. Envolve a todos com a macia atadura de amor. Um amor verdadeiro sem limites. Obrigada aos Downs por este dia tão importante. Parabéns!.

Essa foi a mensagem da senhora Zenília à todos os portadores da síndrome de Down que mostram que ser diferente é normal.
Infelizmente, hoje em dia ainda há muito preconceito. Uma das ações que podemos contribuir para diminuir a exclusão da pessoa com síndrome de Down é o convívio social. Se você conhece alguma criança com Down, faça com que ela se sinta a vontade em meio aos seus outros amigos seja na escola, ou em qualquer outro lugar.
É muito importante a inclusão social dessas crianças. Elas são assim como outras, brincam, estudam, aprendem, porém são especiais. A criança que nasce com este distúrbio genético deve ser muito amada, estimulada pelos pais, irmãos, amigos para que assim, ela possa desenvolver todo seu potencial.
Ser diferente não é um problema, o problema é ser tratado diferente!
Diga NÃO á Discriminação!!!



Fonte: Blog do Valente

terça-feira, 18 de março de 2014

A LDB em seis testes

A ideia de uma lei para regular o sistema educacional brasileiro não é nova. Apareceu já na Constituição de 1934, mas só se materializou em 1961, ano da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Versando sobre organização dos níveis de ensino, formação de professores e financiamento, a LDB original foi quase totalmente revogada pela versão mais atual, de 1996. Entre as principais conquistas da lei, que completa, em 2011, 15 anos, destacam-se a ampliação dos direitos educacionais, com a inclusão da Educação Infantil na escolarização básica, e a ampliação da autonomia de ação das redes públicas, das escolas e dos professores. Em relação ao trabalho docente, a Lei 9.394 estabelece com mais clareza seu alcance: participar da elaboração da proposta pedagógica, do planejamento e da avaliação, zelar pela aprendizagem, estabelecer estratégias de recuperação e colaborar na articulação com famílias e comunidade. "Antes, a legislação se referia a esse conjunto de tarefas de forma genérica, afirmando apenas que estava garantida a liberdade de cátedra, ou seja, de ensino", diz Juca Gil, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e colunista da revista GESTÃO ESCOLAR. Para você avaliar seus conhecimentos, selecionamos seis testes de concurso - alguns adaptados por questão de espaço ou clareza - sobre como a LDB impacta o dia a dia do professor (leia abaixo).

1. Concurso Duque de Caxias, RJ - 2002
Em relação à verificação da aprendizagem dos estudantes, a Lei 9.394/96 afirma que, para os casos de baixo rendimento escolar, os estudos de recuperação devem ser:
a) Obrigatórios e somente ao fim de cada ano letivo.
b) Obrigatórios e, preferencialmente, paralelos ao período letivo.
c) Facultativos e paralelos ao período letivo.
d) Facultativos e ao fim de cada semestre.
e) Obrigatórios e ao fim de cada trimestre.


2. Concurso São Carlos, SP - 2009
Márcia tem uma filha de 6 anos, completados em março, que já sabe ler e escrever e está frequentando uma pré-escola. Conforme a Lei Federal 11.274/06, e tendo em vista as habilidades e a idade da criança, a filha de Márcia deverá ser matriculada:
a) No 2º ano do Ensino Fundamental de 9 anos.
b) Na 1ª série do Ensino Fundamental de 8 anos.
c) No 1º ano do Ensino Fundamental de 9 anos.
d) Na 2ª série do Ensino Fundamental de 8 anos.
e) No terceiro estágio da Educação Infantil.


3. Concurso Porto da Folha, SE - 2006Os principais agentes da diminuição da distorção série/idade previstos pela LDB são:
a) A adoção do sistema de progressão continuada e a criação das classes de aceleração.
b) A criação das classes de aceleração e a recuperação paralela.
c) A criação das classes de aceleração e a Educação de Jovens e Adultos.
d) A adoção do sistema de ciclos e a Educação de Jovens e Adultos.
e) Nenhuma das respostas.


4. Concurso Belfort Roxo, RJ - 2011
A Lei Federal 9.394/96 estabelece algumas regras comuns para a organização dos níveis Fundamental e Médio. Quanto à verificação do rendimento escolar, dispõe que a avaliação do desempenho do aluno deve ser:
a) Contínua, priorizando os aspectos cognitivos e os resultados das provas finais.
b) Cumulativa, priorizando os aspectos qualitativos e os resultados das provas finais.
c) Cumulativa, priorizando os aspectos qualitativos e os resultados ao longo do período.
d) Não cumulativa, priorizando os aspectos cognitivos e os resultados ao longo do período.
e) Não cumulativa, priorizando os aspectos quantitativos e os resultados ao longo do período.


5. Concurso Mesquita, RJ - 2009
A LDB dispõe que deve ser assegurada a todos "a formação comum indispensável para o exercício da cidadania". Nesse sentido, a Lei visa a formulação de um conjunto de diretrizes capazes de nortear os currículos, garantindo qualidade à Educação. Para contemplar essa exigência, o MEC tomou a seguinte iniciativa:
a) Propor que cada escola construísse o seu modelo curricular para manter uma organização linear.
b) Elaborar um único currículo básico nacional para todas as escolas municipais e estaduais.
c) Sugerir os PCNs como um referencial para uma reflexão sobre os currículos.
d) Tornar obrigatória a implantação, por todas as escolas do país, dos PCNs.
e) Criar um conselho de professores para a formulação de um currículo específico.


6. Concurso São Paulo, SP - 2007
De acordo com a LDB, os docentes estão incumbidos de:
a) Informar o Conselho Tutelar sempre que o direito público dos alunos não for respeitado.
b) Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional.
c) Participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino, garantindo sua adequação às Diretrizes Nacionais Curriculares fixadas na forma da lei.
d) Estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento por meio de projeto aprovado pelo Conselho de Escola.
e) Definir, juntamente com seu pares, o calendário escolar, respeitado o número mínimo de dias letivos e da jornada escolar definidos na lei.


Avalie o que você sabe da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

A gestão da Educação Infantil no Brasil

Pesquisa aponta os problemas da gestão nas creches e pré-escolas e como as redes municipais e as instituições podem melhorar o atendimento.

Autoria: Fundação Victor Civita | 2011

Hoje, 18,4% das crianças até 3 anos e 80% das que têm entre 4 e 6 anos estão matriculados na Educação Infantil, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Houve progressos, mas os municípios continuam a enfrentar muitas dificuldades: atender a demanda crescente, contar com profissionais preparados para atuar com essa faixa etária, garantir o devido suporte às entidades conveniadas e promover uma supervisão e programas de formação continuada para toda a rede. Uma questão preocupante é o emprego de pessoal não qualificado para substituir os professores no trabalho com as crianças. Todo esse cenário mostra como a qualidade do trabalho realizado nas creches e pré-escolas tem relação com o investimento e a atenção que a Secretaria de Educação dá ao segmento.
Essas foram as principais conclusões da pesquisa A Gestão na Educação Infantil no Brasil, que a Fundação Victor Civita (FVC) encomendou para a Fundação Carlos Chagas (FCC), ambas de São Paulo, com o apoio do Itaú BBA e da Fundação Itaú Social. Realizada por Maria Malta Campos, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas, a pesquisa analisou 180 escolas públicas e conveniadas de seis capitais. Além disso, foram realizadas entrevistas com técnicos das Secretarias de Educação, gestores e membros das comunidades, contemplando temas como as políticas municipais da área, a formação do diretor e os modelos de gestão escolar.


Era uma vez...

Bons leitores literários estão atentos a novas e velhas histórias, conhecem gêneros e autores variados. Por isso, organizamos esta página especial, com mais de 100 contos, crônicas, poesias, lendas e fábulas ricamente ilustradas e publicadas em NOVA ESCOLA. Para ler sozinho, em família ou com seus alunos, em qualquer faixa etária. Boa leitura!

Conto: Dona Cotinha, Tom e Gato Joca. Ilustração: Ionit Zilberman Novos contos! Dona Cotinha, Tom e Gato Joca, de Cléo BusattoNovos contos!Dona Cotinha, Tom e Gato Joca, de Cléo Busatto


Todo dia é Dia do Brinquedo!


Professora fotografa seus alunos em momento de descontração com os brinquedos trazidos para a escola, na EMEI Guia Lopes. 
Foto: Marina Piedade
Na escola onde você trabalha, as crianças podem levar brinquedos todos os dias? Ou deve haver um dia específico para isso? E o celular, pode ou não pode? Acessar a internet, ouvir música… É adequado fazer isso durante as aulas?
Essas são algumas das perguntas que nos acompanham diariamente! Porém, nossas respostas nem sempre se baseiam em argumentos com embasamento científico e que sejam justos para as partes envolvidas, ou seja, que considerem de forma equilibrada os diferentes pontos de vista. Aliás, na maioria das vezes, nos pegamos usando a famosa frase “é regra da escola” como resposta negativa para o ingresso de “objetos estranhos” à aula. Pois bem! Esses temas, tão presentes em nossas vidas de educadores, serão tratados em uma série de posts que começa hoje!
Neste texto vamos falar especificamente sobre a prática do “Dia do Brinquedo”. Muitas escolas adotam um dia na semana, geralmente a sexta-feira, para liberar a entrada dos brinquedos (nas turmas da Educação Infantil). Nos meus encontros com educadores, quando abordo essa questão durante as formações, constato que é quase unanimidade limitar essa atividade para um dia específico. E é claro que pergunto: “Por quê? Qual seu argumento?”. Chega a ser divertido perceber as fisionomias… Como mineira que sou, traduzo os olhares dos educadores com nosso famoso: “Uai, porque sim!”.
Brincadeiras a parte, as justificativas apresentadas são sempre respostas vazias, sem fundamentação teórica. Geralmente a escola adota essa prática por entender que o brinquedo será um elemento complicador, gerador de conflitos. Portanto, “… deixemos para a sexta, porque sendo o último dia de aula da semana, teremos sábado e domingo para repormos as energias gastas nos transtornos que o Dia do Brinquedo causa”.
Outra justificativa recorrente é a preocupação de o brinquedo ser quebrado e o desgaste que o fato proporcionaria na relação com a família. Sabemos que nem sempre é agradável a forma como as famílias abordam a escola em situações como essa. Pensando de antemão no prejuízo material, há uma tendência de os pais ou responsáveis acusarem o professor de negligência. E quando isso acontece, é necessário que o professor tenha os argumentos necessários para enfatizar que os danos de um brinquedo quebrado são (ou deveriam ser) menos importantes do que os ricos momentos de socialização favorecidos pelo objeto. Há também o receio de a criança não prestar atenção suficiente nas atividades. Enfim, todos os argumentos se orientam para a antecipação e o impedimento do conflito, entendido, portanto, como algo negativo, que deve ser evitado.
Mas, se evitamos o conflito, como poderemos alcançar nosso objetivo de formar para a autonomia? O que precisa ser entendido é que, além do papel lúdico do brinquedo, também há nele uma carga afetiva: a criança deseja levar para a escola um “pouco de sua casa”, do seu “porto seguro”. Quanto ao receio de os brinquedos se tornarem causa de conflitos, sugiro que usemos dessas situações para um trabalho de construção da boa convivência.
Você pode perguntar: mas como, se os alunos disputam e choram por causa deles? Pensemos juntos…
A disputa pelo objeto, comum entre crianças pequenas, é explicada pelo estágio de desenvolvimento em que se encontram. Querer ficar o dia todo com seu brinquedo no colo é resultado do acentuado egocentrismo ainda presente nos pequenos. Até por volta de 6 ou 7 anos, elas são incapazes de reconhecer e coordenar outras perspectivas que não sejam suas próprias. E isso não quer dizer que sejam egoístas, mas que não possuem ainda “ferramentas psicológicas” suficientes para considerar os desejos e pontos de vistas das outras pessoas. Nesse caso, a mediação do adulto, promovendo momentos em que todos os envolvidos possam se colocar, dizendo o que desejam e como se sentem, é fundamental para um trabalho de construção da autonomia.
Paralelamente a isso, quanto ao momento adequado de liberar os brinquedos na aula, deve ser levado em conta o respeito às regras construídas pelo grupo (tratamos disso no post “Regras morais e convencionais: qual a diferenças?”). Estamos falando de um trabalho de regulação – e não de controle – da vontade e dos afetos. A autonomia é construída a partir desse exercício de autorregulação – eu desejo, mas não devo fazer tal coisa porque fere uma relação de respeito mútuo, ou seja, eu escolho fazer o certo porque assim me sinto melhor como pessoa.
É evidente que proibir ou limitar o brinquedo vindo de casa é bem menos trabalhoso para o educador e para a escola. Porém, são atitudes que não contribuem para o desenvolvimento da autonomia de nossos alunos. Podemos considerar ainda que o trabalho diário com os brinquedos causa menos expectativas (tanto para o aluno como para o professor) do que esperar aquele dia específico. Menos expectativa, menos ansiedade, portanto, menos probabilidade de confusão. Trata-se de habituar a criança ao momento do brinquedo, o que implica estimular trocas, empréstimos e zelo com o objeto. Enfim, ótimas oportunidades para o desenvolvimento moral dos pequenos.
Depois dessa reflexão, qual sua opinião? A escola deve ou não manter o Dia do Brinquedo? [...].

Apresentação de Seminário da Turma 1 - Disciplina Antropologia.








O trabalho teve como objetivo analisar e interpretar a realidade social em suas  dimensões antropológicas possibilitando uma compreensão crítica do  ser humano e sua relação com a herança cultural e as constantes transformações da sociedade.

O que priorizar nos planejamentos das turmas de 2 e de 3 anos?

| Educação Infantil - Leninha Ruiz

Ter experiência com as turminhas de 2 e 3 anos conta muito no momento de elaborar atividades bacanas. Foto: Gabriela Portilho
Ter experiência com as turminhas de 2 e 3 anos conta muito no momento de elaborar atividades bacanas. Foto: Gabriela Portilho
Enquanto os professores estão às voltas com a adaptação das crianças na rotina escolar e mapeando seus saberes, estou separando os materiais para auxiliá-los na elaboração dos planejamentos de sequências, projetos e atividades permanentes do primeiro semestre.
Ao longo dos anos, venho observando que a experiência com as turminhas de crianças bem pequenas conta muito no momento de elaborar atividades bacanas. Claro que a experiência vale em todas as turmas, mas cada uma é bem diferente da outra. Junto aos maiores, de 4 e 5 anos, por exemplo, percebo que as próprias crianças já sabem o que e como fazer nos encaminhamentos das situações didáticas, ao passo que os mais novos precisam de várias orientações e modelos de como fazer.
E é por isso que o professor experiente tira de letra, porque, como ele conhece bem as características da faixa etária, ele antecipa cada momento da rotina, explicita cada procedimento. Mas, se você é novato e está lendo este texto, minha sugestão é ficar de olho, pedir dicas para os veteranos e observar muito as crianças.
Para ratificar o que falei acima, me lembrei da história que a Cláudia, professora veterana nas turmas de 3 anos na escola na qual eu trabalhava como coordenadora, conta para os pequenos não se esquecerem de tampar as canetas hidrocores. A história é a seguinte: “Cada canetinha tem uma roupa e um sapato e todas elas querem sempre estar com sapatinho no pé para ficarem mais bonitas. Vamos procurar os sapatinhos de cada uma delas? Quero ver quem consegue!”. Essa historinha simples e singela mobiliza as crianças na busca pelas tampinhas, o que é muito mais bacana do que ficar só chamando a atenção delas.
O planejamento na turma de 3 anos
Agora, vou contar quais atividades podem fazer parte do planejamento das turmas de cada faixa etária, a começar pela de 3 anos.
Um dos objetivos para as crianças com essa idade é aprender os procedimentos que encaminham para a autonomia. Por isso, o faz de conta é uma atividade que deve estar sempre presente na rotina, porque permite que a criança tenha comportamentos que vão além de sua faixa etária ou experimente agir de uma maneira e tente entender por que algumas situações ocorrem.
Num encontro de formação com professores, organizei um quadro para nortear quais são os conteúdos prioritários de cada eixo para o primeiro semestre. A partir deles, os professores elaboraram os planejamentosm tendo como princípio norteador o brincar e o faz de conta, assim como a repetição das atividades.
A turma de 2 anos
O primeiro semestre dessa turma é recheado de aprendizagens no âmbito da formação pessoal e social, afinal, a característica mais marcante é a transição do período de total egocentrismo para a gradual percepção e interação com o outro. O desenvolvimento da fala também merece muita atenção, já que o contraste entre as próprias crianças é bem grande. Uns falam de tudo e muito corretamente, enquanto outros mal balbuciam.
Portanto, o foco dessas turmas está nas atividades permanentes nos diferentes momentos da rotina para que aprendam os procedimentos de uso dos materiais, vivenciem a interação com os colegas e adquiram progressiva autonomia para brincar e fazer escolhas.
As sequências de oralidade, movimento, música e artes visuais também recheiam a rotina com diversas atividades exploratórias que se repetem muitas vezes, já que a concentração das crianças é bem mais curta. Repetir é um procedimento que assegura a aprendizagem e é muito importante para os pequenos. Quem já não viu uma criança querer ouvir a mesma história por dias e dias seguidos?
Outro ponto para se prestar atenção é a organização do espaço. Os cantos devem ser delimitados com tapetes, e a sala deve ter estantes baixas para brinquedos e materiais. Isso é determinante nessa faixa etária, e os professores precisam ter consciência de que as crianças vão transitar pelo local.
Por exemplo, mesmo quando todos se achegam ao professor para participar do momento da caixa surpresa, é natural que, sem mais nem menos, uma ou mais crianças se levante e vá até o canto da leitura folhear um livro, deitar num tapete ou entrar em uma caixa… Nesse caso, o professor continua a atividade com os que permaneceram, ao mesmo tempo em que fica de olho nos que escaparam.
Neste ano, já elencamos alguns conteúdos para o primeiro semestre dos pequenos e já começamos a escrever os planejamentos. Você pode ver um exemplo da turma de 2 anos, clicando aqui. Ele foi feito para uma creche de São José dos Campos, em São Paulo, sob a orientação da coordenadora Cássia Maria Vieira.
Certamente, os planejamentos serão uma hipótese de trabalho cuja confirmação se dará na relação e observação diárias do professor com sua turminha. É o olhar atento e sensível às necessidades de aprendizagens que fará a diferença numa rotina clara e estruturada para os pequenos, não é mesmo?