terça-feira, 18 de junho de 2013

Entrevista

Entrevistado: Uberdan Cardoso Santos
Professor, Historiador e Mestre em Cultura e Memória

 
1     Quais os principais avanços que o senhor considera que tenham ocorrido na educação desde os Jesuítas, até os nossos dias?


Não temos em nossa trajetória de país um histórico de respeito à educação. Acredito, no entanto, que algumas rupturas foram importantes, como: a laicização do ensino, com O Marquês de Pombal, o ensino primário obrigatório e gratuito estabelecido pela Constituição de 1934 e, nos últimos anos, a universalização e a democratização do acesso ao ensino superior.

 
2   Como o senhor avalia as grandes mudanças que a educação está sofrendo e o modo pelo qual o professor tem as vivenciado?

 
A educação precisa acompanhar as transformações da sociedade. E assim como a sociedade é dinâmica e vive em constante estado de mutação, a educação não pode permanecer estanque. Entendo que essas mudanças, entretanto, têm que atender às demandas de manutenção dos que as vivem, ou seja, não dá para construirmos planos de educação mirabolantes, pautados inclusive em modelos importados (europeus ou norte – americanos), quando o que devemos é partir da nossa realidade. Precisamos nos apropriar da nossa complexidade para, dela, construirmos o real. Não podemos transformar uma sociedade através de pontos de partida imaginários.

Sei que temos grande tarefa pela frente, sobretudo nós, educadores. Mas acredito que temos vivenciado a dinâmica das transformações vividas pela sociedade e pela educação de forma distante, como coadjuvantes.

O professor precisa assumir o seu protagonismo. Internalizar o papel desafiador de construtor da realidade, se capacitando e se politizando. Não nos cabe mais o papel do alheísmo. O professor precisa ser um militante da educação, não apenas o reprodutor do conhecimento técnico, engendrado em modelos falidos.


3 Sabe-se que, muitas vezes, o discurso pedagógico é bem mais afinado com os avanços no conhecimento científico do que as práticas cotidianas. Por que isso acontece?

 
Exatamente por isso. Pelo não engajamento do professor. O professor não se considera um intelectual, não se identifica como um profissional do conhecimento. Muitas vezes ele é panfletário, se apropria de conceitos enferrujados, de valores pragmáticos e resiste às mudanças. Absorve a lógica do magistério apenas como uma profissão e se sente maltratado pela estrutura (o que é uma verdade). Daí finge que ensina. Normalmente isso também deriva da má formação dos nossos professores, frutos de uma experiência acadêmica deficitária onde, há muito, a Universidade deixou de cumprir um papel satisfatório nos quesitos que lhe são prioritários: Ensino, Pesquisa e Extensão.

 
4 Quais são os desafios mais importantes da educação escolar atualmente?


Acho que o papel mais desafiador para um educador hoje, é dialogar com o universo subjetivo do seu aluno. O professor precisa trazer o mundo para a sala de aula afinal, fora da sala, o universo do aluno é plural, dinâmico, virtual: um mosaico.

Fazer esse aluno crer que “pensar um saber programado” por alguns minutos é saudável, exige uma sedução intensa. Tudo para um aluno é sedutor, menos a aula. O ambiente é opaco, imóvel, tenso, diferente da sua realidade, dos seus mundos.

Cabe ao professor atentar para essa dinâmica, perder o medo dos livros, interrogar a si mesmo cotidianamente, interdisciplinar (como verbo mesmo!), deixar que parta do aluno (ninguém é curioso com o que está pronto!) e planejar estratégias de ação que coadunem com a realidade sócio cultural dos seus alunos.


5  O que é ser educador?


É ter a consciência plena de que se pode transformar vidas, alicerçar futuros, constituir cidadãos plenos.

Ser educador é se apropriar da informação, é democratizar o conhecimento, é ter paciência...

Nos últimos anos, as atribuições do educador tem se confundido com múltiplas tarefas, de soldado a psicólogo, de médico a pai de filhos alheios. No entanto, o engajamento político e pedagógico do profissional da educação é que o transformará em um educador.

O professor precisa se apropriar do seu papel, assim ele se constituirá em um transformador da sociedade, o verdadeiro EDUCADOR!
 
 
Trabalho do Projeto Interdisciplinar do I Semestre
Professora orientadora: Celidalva Souza
Componente Curricular: História da Educação
 
Componentes da equipe:
 Ildiane Priscila
 Tatiana Alves
 Karla Patricia
 Heidynelle Ribeiro
Tabhita Laurentino
Evani Gomes e Caroline Oliveira

 
 

 

A transformação da Educação Escolar e sua influência na sociedade contemporânea


              
  A sociedade contemporânea tem como base o sistema capitalista, no qual todos os indivíduos se esforçam para acumular riquezas com o objetivo de atingir um determinado status. Percebemos a divisão da sociedade em duas partes: a primeira que tem um acesso fácil a alguns meios de comunicação mais avançados, obtendo assim muito mais conhecimento. E um segundo grupo que, devido à desigualdade gerada pelo capitalismo, deixa de ter acesso à alguns destes meios de comunicação, e, consequentemente, às informações gerais sobre mundo e sobre cultura. É justamente este acesso à informações, de maneira rápida e constante, que possibilita uma maior socialização de conhecimento que contribuem para o desenvolvimento do
Assim, como a escola está inserida na sociedade, toda essa característica reflete sobre ela e sobre os educadores, que necessitam buscar meios para equilibrar esta realidade na sala de aula, lidando com alunos que são totalmente diferentes uns dos outros.  Nesse contexto, o educador não é mais considerado o único a ter conhecimento, pois o acesso à informação está disponível a todos, através da televisão, do celular, e em especial da internet, que tem contribuído para uma socialização de informações de maneira rápida e eficaz.


          O educador passa a ser um mediador dessa tecnologia orientando o que é ou não correto, já que essa vasta rede possui tanto conteúdos verdadeiros como também informações distorcidas sobre qualquer assunto. Neste sentido, a internet tem sido uma via de mão dupla na qual podemos usá-la para expandir ou limitar nossos horizontes dentro da educação.
          Em uma entrevista concedida a revista veja, o Assessor de Comunicação e Informação da UNESCO para o MERCOSUL, Guilherme Godoi, que é bacharel em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB) e mestre em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP), discute sobre o uso da tecnologia em ambiente educacional. “Censos educacionais realizados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) mostram que a maioria das escolas públicas já tem à sua disposição uma série de tecnologias. No entanto, a presença dessas ferramentas não significa necessariamente uso adequado delas. O que de fato se nota é que ainda não conseguimos desenvolver de forma massiva metodologias para que os professores possam fazer uso dessa ampla gama de tecnologias da informação e comunicação, que poderiam ser úteis no ambiente educacional.”
Guilherme Godoi (2010, p. 40) afirma que "ainda é preciso avançar muito. Os dados disponíveis mostram que, infelizmente, ainda é muito incipiente a formação de professores com a perspectiva de criação de competências no uso das tecnologias na escola. Com relação à formação continuada, ou seja, à atualização daqueles profissionais que já estão em serviço, aparentemente nós temos avanços um pouco mais concretos. Há uma série de programas disponíveis que oferecem recursos a eles".

“Se a escola não quiser ficar estagnada tem que acompanhar o desenvolvimento que o rodeia, interagindo comas transformações ocorrida na sociedade e mundo”.

(Isabel Alarcão)

Percebemos, então, que não basta ter muitas ferramentas para auxiliar na educação, é preciso, antes de tudo, preparar os professores para fazer o melhor uso possível deste material, e por consequência, contribuir na formação cultural do aluno.  

 No Brasil, a educação não tem recebido por parte do governo a devida atenção para que acompanhe o ritmo de mudanças tecnológicas que vem ocorrendo dentro do nosso próprio país. Podemos encontrar em nossas escolas diferentes realidades como: escolas onde não existem salas de informática e nem acesso a internet, enquanto em outras possuem este recurso, no entanto, não são usados porque o profissional não tem preparo para fazer uso destas ferramentas. Então, não basta ter os meios tecnológicos se o professor não souber utilizá-los

A sociedade contemporânea exige da nossa escola a formação de um profissional culto, crítico e capaz de produzir e realizar as mais variadas tarefas dentro um grupo.


Neste sentido a internet tem sido uma via de mão dupla na qual podemos usa-la para expandir ou limitar nossos horizontes dentro da educação”.

Segundo Ana Regina Carrara (2010) as sociedades contemporâneas estão sendo configuradas pelo contínuo avanço científico das chamadas tecnologias da informação e comunicação ou Tics. Esse avanço possibilitou uma nova dinâmica dos fluxos de informações entre pessoas de todo planeta. Dessa forma, as pessoas estão mais voltadas para uma educação tecnológica, deixando de lado a cultura, que vem vinculada com a educação, ou seja, a cada dia as pessoas deixam de participar de eventos culturais como: musicais, cinema, teatro e até mesmo ler um livro, devido ao alto custo que eles representam, e isso vem causando um isolamento social de grupos que se limitam a fazer parte das redes sociais. Desta forma perde-se o grande motor da cultura educativa, a valorização da potência humana.

Apesar de em alguns discursos oficiais ouvimos que a educação é fonte de desenvolvimento humano, cultural, social e econômico, percebemos que a escola não está conseguindo acompanhar o desenvolvimento social, pois a mesma continua em passos lentos. Algumas instituições de ensino não têm como estimular ao aluno, da mesma forma que alguns professores não se sentem apoiados pelos governantes.

É preciso envolver todos nesse processo de mudança cultural que se vive na escola e que ela própria aponta. A escola inovadora tem a força de pensar, questionar a começar por si só e ver se adiante consegue se tornar uma escola reflexiva.  É tempo de convivência e cooperação no meio escolar, tempo esse que não pode ser desperdiçado pelo professor e principalmente pelo o aluno no auge de sua evolução e sim de ser desenvolvido e não cortado. É tempo de crescer.
REFERÊNCIA

GODOI G. Canela. Educação. São Paulo, Entrevista, Veja, 2010.                
CARRARA A.R. Cultura e Educação, São Paulo, Cadernoscenpec,2010.

Trabalho do Projeto Interdisciplinar do 1º Semestre
Professora Orientadora: Sandra Oliveira
Disciplina: Sociologia
Componentes:
Jeane Ribeiro de Oliveira
Jéssica Magalhães
Maria Carolina
Nadja Santos da Silva
Rafaela C.Pinto
Sandra dos Santos Sampaio
Sueli Bilitário


 
 
 
 
 

terça-feira, 11 de junho de 2013

11ª Noite do Trezenário de Santo Antônio (dia 10/06)

 
 
 
 A Facemp participou da 11ª Noite do Trezenário de Santo Antônio .
Liturgia: Pastoral do Dízimo.
Convidada especial:  FACEMP
Celebrante: Padre Neivaldo (Milagres)
A Diretora da Facemp, Dra. Mariana Martini esteve presente, acompanhada de alunos e funcionários.
O curso de Pedagogia foi representado pela aluna Fernanda.

domingo, 9 de junho de 2013

Participe da promoção


O Blog do Valente e a Facemp levam você ao camarote do Arraiá Cerveja e Cia.

Para concorrer basta curtir a página do Blog no Facebook e responder quais os cursos oferecidos pela Facemp no espaço comentários. Boa sorte e a gente se vê lá na festa.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Dia Nacional do Pedagogo: uma data para lembrar a luta pela educação de qualidade social



O Dia Nacional do Pedagogo, 20 de maio, é uma data comemorativa, mas não apenas festiva. Instituída em 2010, é também um dia dedicado à reflexão e à luta pela causa docente. Mais que planejar, coordenar, executar, acompanhar e avaliar tarefas próprias da área educacional, o pedagogo responde fundamentalmente pela formação de cidadãos, é um educador.


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Dia do Meio Ambiente

 
     A preservação do meio ambiente começa com pequenas atitudes diárias, que fazem toda a diferença! Dia 05 de junho, Dia do Meio Ambiente.
      Fonte: Farmô
 

Inscrições do Vestibular 2013.2 e transferência externa, interna e portadores de diploma

A FACEMP – Faculdade de Ciências Empresarias de Santo Antônio de Jesus informa que encontram-se abertas as inscrições para o Vestibular 2013.2 para os cursos:
01 - Administração
06 - Análise e Desenvolvimento de Sistemas
03 - Ciências Contábeis
02 - Pedagogia
05- Redes de Computadores
Editais de transferência externa, interna e portadores de diploma :

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Esta turma tomou uma atitude pedagógica: Faz Pedagogia na Facemp


Venha também para a Facemp cursar Pedagogia. O curso tem a missão de formar profissionais críticos, investigativos e reflexivos, com competência para intervir no sistema educacional, elevando o padrão de qualidade do ensino seja na educação infantil, fundamental ou jovens e adultos ou como gestores na educação profissional, serviços e apoio escolar.
Em breve novo vestibular.
Conheça o FIES e outras  possibilidades de financiamento do seu curso.

sábado, 1 de junho de 2013

A festa de aniversário da Facemp

 
A Faculdade de Ciências Empresariais-FACEMP  completou no dia 21 de maio, 10 anos de existência em Santo Antônio de Jesus, e para comemorar este aniversário, promoveu no dia 25/05, um momento de integração na Praça Renato Machado, com show musical e apresentações culturais e  artísticas de alunos da instituição.
Os alunos do curso de Pedagogia marcaram presença no evento.